A confiabilidade dos equipamentos é fundamental para assegurar resultados precisos, manter a segurança dos profissionais e garantir a continuidade das operações. Para alcançar esse objetivo, as manutenções periódicas que englobam rotinas diárias, semanais, mensais e ações preventivas é um pilar indispensável para prolongar a vida útil e preservar o alto desempenho dos equipamentos.
1. Por que a manutenção é essencial?
Equipamentos de laboratório operam continuamente sob condições minuciosas. Sem
manutenção adequada, é possível enfrentar:
• Falhas operacionais inesperadas que comprometem a rotina;
• Resultados imprecisos ou inválidos, afetando a confiabilidade dos testes;
• Interrupções no fluxo de trabalho, atrasando análises e entregas;
• Custos elevados com reparos corretivos, muitas vezes evitáveis;
• Riscos à integridade das amostras e à saúde dos pacientes, colocando em perigo a qualidade e a segurança dos processos.
2. Tipos de manutenção e sua frequência
Manutenção Diária
Executada pelos próprios operadores antes e após a utilização dos equipamentos, esta rotina
tem como foco a preservação imediata do desempenho e a prevenção de falhas simples. As
atividades incluem:
• Limpeza externa e remoção de resíduos acumulados;
• Verificação de conexões, cabos e tubulações para identificar danos ou desgastes;
• Realização de testes de calibração (quando aplicável), assegurando a precisão das
medições;
• Registro de erro ou alertas emitidos pelo sistema do equipamento para
acompanhamento e ação corretiva.
Objetivo: prevenir acúmulo de sujidade, minimizar o desgaste precoce e garantir o
funcionamento confiável no dia a dia.
Manutenção Semanal
Com um nível de detalhe superior à rotina diária, esta etapa visa aprofundar a inspeção e
garantir a estabilidade do desempenho dos equipamentos. Pode incluir:
• Limpeza interna de partes acessíveis, removendo poeira, resíduos e contaminantes;
• Verificação de desempenho por meio de testes de controlo de qualidade, assegurando resultados consistentes;
• Análise do consumo de reagentes e insumos, identificando desvios que possam indicar problemas operacionais;
• Revisão de filtros, mangueiras e volumes de resíduos, prevenindo entupimentos e falhas no fluxo.
➡ Objetivo: detectar precocemente sinais de desgaste ou falhas analíticas, permitindo
intervenções rápidas e eficazes.
Manutenção Mensal
Realizada, em geral, pelo setor técnico ou por profissionais internos devidamente capacitados,
esta etapa contempla procedimentos mais aprofundados que garantem a conformidade total
do equipamento com as especificações do fabricante. As atividades incluem:
• Higienização dos galões de água, solução de lavagem e esgoto, prevenindo
contaminação e preservando a integridade das análises;
• Limpeza aprimorada das cuvetas, assegurando a exatidão e a repetibilidade dos
resultados;
• Atualização do software para manter compatibilidade com sistemas laboratoriais e
reforçar a segurança operacional;
• Testes completos de funcionalidade, verificando todos os modos de operação e
recursos disponíveis;
• Verificação e ajuste da calibração com padrões de referência, garantindo precisão e confiabilidade nas medições.
➡ Objetivo: assegurar que o equipamento opere de forma estável e segura, dentro dos
parâmetros de desempenho estabelecidos pelo fabricante.
Manutenção Preventiva (Trimestral, Semestral ou Anual)
Realizada por técnicos especializados ou pela assistência técnica autorizada do fabricante, esta
manutenção é fundamental para preservar o desempenho, a confiabilidade e a longevidade dos equipamentos. As atividades típicas incluem:
• Revisão completa do hardware, inspecionando todos os componentes internos e
externos;
• Limpeza interna detalhada, removendo resíduos e impurezas que possam comprometer o funcionamento;
• Substituição preventiva de peças com desgaste natural (como tubulações, sensores,
lâmpadas e válvulas), evitando falhas inesperadas;
• Verificação minuciosa do funcionamento das partes mecânicas e hidráulicas,
assegurando a operação estável e segura;
• Emissão de laudo técnico, registrando as condições do equipamento e os serviços
executados.
➡ Objetivo: prevenir falhas graves, manter a precisão operacional e prolongar a vida útil do
equipamento, seguindo rigorosamente as especificações do fabricante.
3. Benefícios da Manutenção Regular
A manutenção regular dos equipamentos traz vantagens diretas para a operação laboratorial e
para a segurança dos processos, entre elas:
• Aumento da vida útil dos equipamentos, reduzindo a necessidade de substituições
precoces de peças;
• Diminuição dos custos com reparos corretivos, por meio da prevenção de falhas e
avarias;
• Maior precisão e confiabilidade nos resultados obtidos, garantindo a qualidade
analítica;
• Conformidade com normas e regulamentações da Anvisa, RDCs e requisitos de auditorias de qualidade;
• Segurança dos operadores e preservação da integridade das amostras, minimizando
riscos e erros.
4. Implementando um Plano de Manutenção Eficiente
Para que a manutenção alcance resultados consistentes e evite falhas operacionais, é essencial
adotar algumas práticas, como:
• Estabelecer um cronograma de manutenção fixo, claro e de fácil acesso a toda a
equipa;
• Capacitar os operadores para identificar precocemente sinais de mau funcionamento
ou anomalias;
• Registrar todas as intervenções de manutenção em planilhas ou sistemas
informatizados, garantindo rastreabilidade e histórico confiável;
• Manter parceria com fornecedores qualificados e técnicos autorizados, assegurando
peças originais e suporte especializado.
Conclusão
A manutenção não é um custo, mas sim um investimento estratégico na continuidade,
segurança e qualidade das análises realizadas em um laboratório clínico. Com ações planejadas
e executadas de forma sistemática, aqui na Addlife prolongamos a vida útil dos seus equipamentos,
minimizamos riscos operacionais e asseguramos a excelência dos serviços prestados à saúde,
fortalecendo a confiabilidade e o conceito do seu laboratório.
REFERÊNCIAS
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maintenance: best practices. Clinical Laboratory News, 2020. Disponível em:
https://www.aacc.org/cln. Acesso em: 6 ago. 2025.
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GOMES, J. R.; SOUZA, L. M. Boas práticas em laboratórios de análises clínicas. São Paulo:
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